quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma Viagem no Tempo


  Oi pessoas. Então, no meu primeiro post eu mencionei que iria contar sobre um dia que foi realmente muito especial e inesquecível pra mim: minha primeira apresentação de teatro, quando me apresentei para mais de 600 pessoas. Bom, lá vai...
  Eu havia decorado todas as falas, perfeitamente. Na verdade, sabia até as falas dos outros. Mas, para ser bem sincera, não me saia lá muito bem nos ensaios. Mas, aquele dia seria diferente.
  Quando faltavam poucos dias para a apresentação, convidei minha melhor amiga e mais uma amiga para me assistirem no teatro. Aquele momento seria realmente muito importante e queria de qualquer jeito que minha melhor amiga estivesse presente.
  No dia da apresentação, precisei acordar às quatro e meia para preparar minhas coisas e chegar ao teatro em São Paulo ás 6 horas. Quando cheguei lá, havia um grande cartaz escrito: “Uma Viagem no Tempo”, que era o nome da minha peça. Foi ai que começaram os calafrios e o frio na barriga.
  Eu e os outros alunos entramos no teatro – que era enorme – e nos sentamos para ouvir alguns recados da produção. Depois de um bom tempo, quando o cenário já estava pronto, a produção nos guiou até o camarim. Primeiro subimos no palco, passamos pelas coxias, por trás do palco e subimos uma escada. Atravessamos um longo corredor, cujas paredes eram revestidas com um material isolante de som e subimos mais algumas escadas até chegar aos camarins.
  Depois de me vestir com o figurino, que era dos anos 60 (eu fazia o papel de uma jovem rebelde da década de 60) e me maquiar de acordo, chegou o grande momento. Todos olhavam pelas janelas do camarim, por onde dava para ver o público entrando no teatro, e procuravam seus amigos e familiares.
  Então, o primeiro sinal tocou (no teatro tocam 3 sinais para orientar os atores para entrarem no palco) e o público entrou. Depois de algum tempo, o segundo sinal tocou. Isso significava que já poderíamos nos preparar no palco.
  Todos correram para o palco, menos eu. Eu não conseguia encontrar minha lanterna, que todos os atores deveriam segurar enquanto cantavam a música de abertura da peça. Eu estava tremendo, estava realmente muito nervosa. Não consegui encontrar a lanterna e não poderia procurar mais, pois logo o terceiro sinal tocaria e a peça iria começar.
  Corri muito rápido por todos os corredores, para chegar ao palco. Quando cheguei ao corredor mais próximo, os botões do meu vestido se abriram, mas eu não poderia parar de correr, se não eu não chegaria ao palco a tempo. Então, corri tentando abotoar meu vestido. Por um momento senti como se o tempo tivesse parado e me vi ali, correndo naquele corredor branco. E então vi toda a minha vida passando pelos meus olhos. Lembrei das minhas aulas de teatro quando eu era pequena, lembrei dos meus sonhos, lembrei de tudo. Então eu percebi que eu nunca me esqueceria daquele momento. Percebi que agora eu teria que deixar a vergonha de lado e fazer direito. Continuei a correr e subi no palco.
  Foi perfeito. Totalmente perfeito. Na verdade, foi mágico. É uma sensação que não dá para descrever. Senti apenas uma vez na minha vida. Só sei que quando subi no palco, esqueci de tudo, de todos meus problemas, de absolutamente tudo. Apenas fiz o que tinha que ser feito.
  Depois, sai do teatro e cumprimentei meus familiares e minha melhor amiga. Meu pai estava emocionado e me contou que chorou quando me viu no palco. Depois sai do teatro e esqueci meu All Star preferido no camarim, mas enfim, não vem ao caso kkkkk.
  Bom, eu sei que ninguém deve ter parado pra ler tudo isso haha. Afinal, acho que esse assunto não interessa pra alguém que não me conhece. Mas, foi isso. Essa é a resposta pra quem me pergunta por que quero ser atriz. O que eu sinto quando estou atuando não se compara a nenhum outro sentimento. Quero muito poder viver assim.
  Beijos, Giu.

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